Pages

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lenda do Chocolate



                            

 

                                   Lendas e Histórias do Chocolate


 

Diz a lenda dos povos da América que o deus asteca Quetzcoalt, senhor da Lua prateada e dos ventos gelados, tal como prometeu, ofereceu aos homens um presente roubado do país dos deuses.Querendo dar aos mortais algo que os enchesse de energia e prazer, Quetzcoalt foi aos campos luminosos do Reino dos Filhos do Sol para de lá roubar as sementes da árvore sagrada. Os outros deuses não lhe perdoaram que desse a conhecer um alimento divino e vingaram-se, mandando-o expulsar das suas terras pelo deus Tezcatlipoca, um deus cruel.

Antes de se ir embora, Quetzcoalt  jurou regressar «por onde o Sol sai» no ano ce-acatl do calendário asteca.Desta maneira fantástica, as sementes do cacaueiro teriam nascido na região dos Astecas, dando origem à árvore. O "xocolatl", (do nauatle xoco, «amargo», e atl,«água»), como era chamado, tinha tanta importância entre estes povos, que a bebida só era consumida por reis,nobres e guerreiros.O xocolatl era também utilizado em sacrifícios aos deuses, funerais e ritos de iniciação. As sementes de cacau eram, por sua vez, utilizadas como moeda de troca. Admite-se que os índios astecas foram os primeiros chocólatras conhecidos da história.

Eles colhiam sementes de cacau e faziam uma infusão que acreditavam ser um poderoso afrodisíaco, chamada "chocolate" (líquido quente). Os astecas torravam e moíam as sementes de cacau, misturavam-nas com água, juntavam-lhe especiarias, como malagueta, canela, pimenta ou baunilha (e, por vezes, farinha de milho, a fim de a tornarem mais espessa) e obtinham uma bebida de sabor forte, mas muito energética.
O imperador asteca Montezuma chegava a beber mais de50 porções por dia e cuidava sempre de tomar uma dose extra antes de entrar no seu harém. Isto fez com que Cortez, o conquistador europeu, e seus homens acreditassem que o chocolate poderia intensificar seu desempenho sexual, pois contava com uma «corte» de seiscentas mulheres!...
Foi esta mistura que o imperador asteca Montezuma ofereceu ao conquistador espanhol Fernando Cortez, confundindo-o com o deus Quetzcoalt pelas roupas que usava, por ter chegado por mar do lado de onde nasce o sol, por vir montado num cavalo, tudo isso no ano em que era suposto o retorno do Deus. Montezuma recebeu-o com todas as honras devidas a uma divindade, e ofereceu-lhe a bebida reservada às pessoas importantes.
Naquela época não tinha o sabor suave e delicado que conhecemos hoje, mas, sim, amargo e forte. Numa carta ao rei da Espanha, Cortez disse que, devido às propriedades daquele líquido amargo, os guerreiros caminhavam durante um dia inteiro sem necessidade demais alimentos! Acrescentou ainda que é um fruto que vendem moídos, e têm-no em tão grande estima que o usam como moeda em todas as terras e com ele se compram todas as coisas necessárias
.Ao retornar à Espanha em 1528, Cortez presenteou o Rei Carlos V com algumas preciosas sementes de cacau - e a partir daí, o chocolate começou definitivamente a fazer sua história, tornando-se tão popular e valioso na Espanha que sua produção foi mantida em segredo por mais de um século. A escassez de chocolate durante o século XVII fez com que este se tornasse um presente de excepcional valor.
Contudo, os monges monásticos espanhóis, responsáveis pela manufatura do líquido, não conseguiram escondê-lo por muito mais tempo.Acredita-se que o chocolate tenha chegado à Grã-Bretanha na segunda metade do século XVII, sendo que a primeira "fábrica" de chocolate inglesa surgiu em 1657. Pouco a pouco, a produção artesanal deu lugar à produção em massa, e por volta de 1730 seu preço já era acessível a boa parte da população. A invenção da prensa de cacau em 1828diminuiu ainda mais os custos de produção.
 Durante boa parte do século XIX, o chocolate continuou a ser consumido exclusivamente na forma líquida - mas a partir de 1861 passou a ser vendido na forma sólida, acondicionado em caixas com formato de coração.E apenas em 1876, em Vevei, na Suíça, o chocolatier Daniel Peter desenvolveu a técnica de adição de leite ao chocolate, criando o produto final que consumimos até hoje.

0 comentários:

Postar um comentário